O Azerbaijão anunciou que pretende apagar inscrições arménias nos monumentos religiosos na República de Nagorno-Karabakh (Artsakh), que o Azerbaijão invadiu em 2020.
Para “justificar” essa medida o Ministro da Cultura azeri mentiu afirmando que esses monumentos religiosos não tinham sido construídos por arménios.
A decisão do Azerbaijão viola a decisão de 2021 do Tribunal Internacional de Justiça que obriga o Azerbaijão a preservar igrejas, monumentos e cemitérios assim como a punir actos de vandalismo e profanação contra o património cultural arménio. Mesmo antes desta decisão, o Azerbaijão já tinha destruido 89 igrejas medievais.
A Turquia, aliado mais próximo do Azerbaijão, também se destacou na destruição do património cultural. Durante o genocídio cristão de 1914/1923 cometido pela Turquia otomana contra arménios, assírios e gregos, cerca de 2,5 milhões de cristãos foram assasinados e grande parte da sua herança religiosa e cultural foi destruída. O mesmo sucedeu com centenas de milhares de casas, lojas, quintas, fábricas, armazéns e minas propriedade de arménios.
A Turquia parece atualmente um verdadeiro cemitério de igrejas e mosteiros destruídos ou maltratados.
Na zona ocupada de Chipre a Turquia também implementou essa tradição de destruir o património cultural. Para apagar a cultura dessa área sob ocupação militar, a Turquia mudou ilegalmente todos os nomes gregos de locais, cidades e aldeias para nomes turcos violando o Direito Internacional das pessoas e minorias acederem e conservarem o património cultural.
Os governos autoritários da Turquia e do Azerbaijão imitam grupos terroristas como Al-Qaeda, ISIS e Talibãs, que destroem sistematicamente a herança cultural dos povos para que nenhum vestígio da existência das suas vítimas permaneça e a sua história seja apagada da face da Terra.
Fonte: Jornalista turca Uzay Bulut (15.02.2022)