O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai abordar com o Presidente da Turquia, Recep Erdogan, questões relacionadas com a liberdade de imprensa, designadamente com a forma como os jornalistas são tratados, os direitos humanos, as operações turcas no Mediterrâneo Oriental e o sistema de defesa antimísseis russos S-400. A reunião terá lugar na próxima semana
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, considerou contrárias às boas relações entre Estados as atividades da Turquia no Mediterrâneo afirmando-se, no entanto, satisfeito com o facto da Turquia ter retirado os seus navios da zona económica exclusiva de Chipre e interrompido as atividades de perfuração que ali ilegalmente desenvolvia.
O Secretário de Estado Antony Blinken afirmou que é do interesse dos EUA manter a Turquia aliada ao Ocidente.
A Turquia está a atravessar uma grave crise económica e política com consequências que se teme venham a ser potencialmente sérias. Prevê-se que Joe Biden explore essa situação de debilidade para pressionar o seu aliado que tem o segundo maior exército dos países NATO, nas opções de política exterior e no apoio a medidas que favoreçam a democracia na Turquia.
O Presidente norte-americano tem tratado com distância o ditador Erdogan a quem telefonou somente três meses após a sua tomada de posse para lhe comunicar, na véspera, a sua decisão histórica de reconhecer o genocídio armênio de 1915.
Biden quer vincar que o autoritarismo turco é contrário aos princípios fundamentais e à segurança dos EUA. Abordará a perseguição contra os críticos de Erdogan que prendeu mais de 100 000 pessoas acusando-as de terrorismo.
Entre os presos encontram-se cidadãos norte-americanos incluindo três funcionários da Embaixada dos EUA. A pressão americana fez com que a Turquia libertasse um pastor da Carolina do Norte, Andrew Brunson, assim como um dos funcionários da Embaixada.
Outro assunto que Joe Biden abordará será a do Partido Democrático Popular Curdo que representa a grande minoria curda (20% da população) e que tem assento parlamentar. Erdogan não esquece a derrota que sofreu em 2015 quando o Partido Curdo impediu a maioria parlamentar do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) de Erdogan. O ditador turco alega que esse partido está ligado a guerrilheiros curdos, argumento bastante para demitir parlamentares e dezenas de autarcas.