Manolis Glezos, jovem militante antifascista então com 18 anos, juntamente com Apóstolos Lakis Santas, de 19 anos, ficaram para a história da Resistência Grega à ocupação nazi (1941-1944).

 

Na noite de 30 de Maio de 1941, os dois jovens subiram à Acrópole e removeram a bandeira com a suástica. Esta corajosa ação levou o general De Gaulle a considerá-lo “o primeiro resistente da Europa”.

 

 

Manolis Glezos nasceu em Aspirathos, pequena cidade da ilha de Naxos, onde foi presidente de Câmara. Morreu em Atenas no dia 30 de Março de 2020 aos 98 anos. O seu companheiro Lakis Santas morreu em 2011.

 

Manolis Glezos nunca deixou de reivindicar compensação de guerra pela ocupação nazi. Apesar disso, em 2017, durante uma cerimónia em memória das vítimas da invasão alemã, ajudou o embaixador alemão na Grécia, vaiado pelos assistentes, argumentando que os filhos de criminosos não devem pagar pelos crimes dos seus pais.

 

Manolis Glezos foi militante da Frente de Libertação Nacional (EAM), a resistência armada à ocupação nazi. O seu irmão mais novo foi executado pelos nazis num dos muitos massacres de civis.

 

Na sua juventude trabalhou como jornalista amador, escritor, poeta, livreiro e político. A sua luta levou-o à tortura por três vezes, a sofrer duas sentenças de morte, 16 anos de prisão e períodos de exílio. A mobilização internacional, com De Gaulle, Albert Camus, Jean Paul Sartre e Pablo Picasso à cabeça, forçou a ditadura fascista a comutar a pena para prisão perpétua e a libertá-lo 4 anos mais tarde.

 

Foi deputado pelo Syriza (2012) e membro do Parlamento Europeu (2014). Abandonou o partido em 2015 em desacordo com a política de Alexis Tsipras.

 

O governo grego anunciou que o funeral será pago pelo Estado.