O Presidente da República e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Chipre condenaram o ataque terrorista que teve lugar este Sábado no centro da capital da Turquia, Ancara, e que provocou a morte a mais de cem pessoas e ferimentos em centenas.
 
Chipre expressou assim as suas sinceras condolências ao governo da Turquia e às famílias das vítimas.  O MNE acrescentou que a República de Chipre está muito preocupada com a proliferação do terrorismo que ameaça a paz e a estabilidade em toda a região e determinada em combater esta praga.
 
O duplo atentado ocorreu junto à estação central de comboios durante uma manifestação convocada por sindicatos e organizações progressistas  em protesto contra a política governamental relativamente à questão Curda.
 
O jornal turco Hürriyet afirma que incompreensivelmente a polícia turca disparou para o ar e carregou sobre manifestantes para os obrigar a dispersar. Um vídeo mostra a polícia a impedir a passagem de ambulâncias que chegam para socorrer os feridos. A Agência France Press relata que  os manifestantes acabaram por desarmar os polícias aos gritos de “assassinos”.
 
O Partido Democrático do Povo, HDP, pró-curdo acusa as autoridades pela campanha de linchamento orquestrada pelo AKP, partido do Presidente Recep Erdogan. Um candidato a deputado do HDP por Istambul foi morto neste atentado. Os partidos, instituições e personalidades que manifestam simpatia pela causa Curda são vítimas de perseguição por parte de grupos nacionalistas do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que atacam sedes do HDP, jornais como o Hürriyet e políticos de esquerda sob cobertura da política anti-terrorista contra o Estado Islâmico que abrange os separatistas do Curdistão e os partidos de esquerda.
 

Este atentado mortal em Ancara ocorre a apenas três semanas das eleições parlamentares antecipadas convocadas pelo Presidente Erdogan dado que na votação anterior o HDP impediu que o seu partido AKP conseguisse os resultados que pretendia para impor uma nova Constituição para transformar a Turquia num regime presidencialista.
 
Irado com a votação, Erdogan pôs termo à trégua com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e retomou o conflito que nas últimas três décadas matou cerca de 50 mil pessoas bombardeando principalmente zonas Curdas e em menor grau os terroristas islamistas.
 
Os organizadores da manifestação já expressaram a sua opinião considerando que os assassinos são os que procuram agora a maioria que perderam.
 
O Presidente Erdogan condenou o ataque “contra a unidade e a paz do país” enquanto o PM Ahmet Davutoglu decretou três dias de luto nacional.
 
Erdogan comparou este atentado aos ataques atribuídos ao PKK que vitimaram mais de 150 agentes da polícia e do exército em resposta aos ataques desencadeados por Ancara contra os Curdos.