A maior prisão de jornalistas do mundo 

Seis jornalistas turcos foram condenados a prisão perpétua sob acusação de envolvimento na alegada tentativa de golpe de Estado de Julho de 2016, de terem atentado contra a Constituição e de serem membros de uma organização terrorista ligações com ligações ao clérigo muçulmano exilado nos EUA desde 1999, Fethullah Gulen, ex-aliado do atual presidente turco Recep Erdogan e agora seu principal inimigo.

 

Entre os condenados estão três reputados jornalistas:
Ahmet Altan, de 67 anos, fundador do jornal de oposição Taraf.

Mehmet Altan, de 65 anos, seu irmão, com livros publicados sobre a política turca e professor de economia.

Nazli Ilicak de 73 anos que foi uma das primeiras jornalistas turcas detidas em julho de 2016.

 

O jornalista Mehmet Altan teve uma ordem do tribunal a seu favor que foi anulada agora. Todos foram acusados de ligações ao clérigo muçulmano exilado nos Estados Unidos. A Turquia acusa Gulen pelo alegado golpe falhado de 15 de Julho de 2016.

 

As autoridades turcas prenderam mais de 50 mil pessoas e despediram mais de 150 mil após a tentativa de golpe de Estado. Desde então encerraram 184 meios de comunicação social que não simpatizam com o governo lançando no desemprego 2 500 jornalistas e prendendo mais de 200, incluindo várias mulheres detidas logo após o parto.

 

O tribunal de Istambul acusou os jornalistas de enviarem mensagens codificadas através da televisão e de artigos críticos que publicavam nos jornais contra o atual governo. Esta decisão judicial assente em acusações sem provas concretas é uma grave ameaça à democracia e à liberdade de expressão na Turquia.

Uma fonte militar turca disse que 8 565 pessoas foram expulsas do Exército por alegadas ligações ao golpe de 2016, entre elas 150 generais e 4 630 oficiais. O ministro da Defesa confirmou que 16 500 estudantes do Exército também foram expulsos pelos mesmos motivos.

 

A União Europeia e muitos grupos de Direitos Humanos dentro e fora da Turquia, acusam Erdogan de usar o golpe como pretexto para calar a oposição ao seu governo e instaurar um clima de terror para consolidar a sua política ditatorial.